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ESP-PB realiza Encontro de Comunicação em Saúde e debate perigos das fake news

publicado: 16/12/2022 16h22, última modificação: 16/12/2022 16h22
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Os desafios de comunicar à população durante a pandemia, facilitar a informação para a comunidade como um todo e combate às fake news. Estas foram as principais temáticas discutidas no Encontro de Comunicação em Saúde que aconteceu durante a I Mostra de Saúde Pública, promovida pela Escola de Saúde Pública da Paraíba (ESP-PB), nesta sexta-feira (16). O encontro começou pela manhã, às 8h, com uma mesa de abertura que teve como tema "O que a comunicação aprendeu em uma emergência global e como enfrentar a próxima crise de saúde pública?". Na sequência, teve a exibição do filme Coronga e debate.

A gestora pública de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) reforçou, durante a mesa de abertura, que a comunicação bem feita salva vidas. 

"Do ponto de vista de relações públicas, a gente não aprendeu tanto em relação aos processos, mas, sim, como sociedade. A gente precisou resgatar a credibilidades nas redações com muitas fontes para informar a população. Foi necessário entender o que estava acontecendo para fazer na hora e com a sorte de termos gestores conscientes do que estava acontecendo e da importância do papel da comunicação", declarou.

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Flaviana pontuou, ainda, que foram mais de 1000 entrevistas durante o período mais crítico da pandemia, com a comunicação focada em informar a população com orientações de prevenção, a fim de diminuir a sobrecarga na rede de assistência e salvar as pessoas. A transparência era o que nos guiava", disse ela.

O doutor em Comunicação e líder do Setor de Governança e Estratégia no Hospital Universitário Lauro Wanderley, Gustavo Freire, trouxe um relato sobre a construção de informações e fluxo interno e externo durante a Covid-19. "A comunicação teve um papel fundamental desde o início no Plano de Contingência e isso foi importante para que tivéssemos uma medida estratégica e mediadora, para saber o que comunicar e quando comunicar. No início da pandemia, não tínhamos ferramentas e tivemos que lidar com o estado de calamidade. Tivemos o suporte da rede e trabalhamos em cima do plano de contingência, onde o HULW foi um hospital de retaguarda".

Também na mesa de abertura, a doutora em Sociologia e docente do Departamento de Comunicação da UFPB Josilene Ribeiro comentou que muitas pessoas foram privadas de liberdade durante a pandemia. "A desigualdade social leva ao adoecimento e a pandemia aflorou muito isso. Quando a gente pensa em saúde, não é sobre a assistência, mas também sobre as formas de prevenção e é aí que a comunicação e a informação fazem toda a diferença. O direito à informação e a liberdade de expressão se dá para propagar informação, não para disseminar fake news", destacou.

À tarde, foi dado início à mesa redonda "Temas emergentes e novas formas de Comunicação em Saúde: as contribuições das pesquisas e o combate às fake News". A jornalista profissional das Tvs Cabo Branco e Paraíba e mestre em andamento em Desenvolvimento Regional Denise Belmiro compartilhou experiências no cotidiano no jornalismo durante a pandemia. "As redações são completamente diferentes depois da pandemia. Vivemos, ainda mais, um embate frequente contra a desinformação que chega só para atrapalhar e, inclusive, pode até matar. Foi muito difícil fazer jornalismo sem chegar perto das pessoas, buscando sempre informar com credibilidade. Hoje em dia, a saúde é um tema crucial no Bom Dia Paraíba, todos os dias entra em pauta com o papel, também, de cobrar o serviço", pontuou.

O médico sanitarista e criador do projeto Saúde Sem Fronteiras, Daniel Beltrammi, alertou que ainda não atravessamos o momento da pandemia. "A humanidade está tentando se adaptar ao vírus e o vírus à ela. Cuidar de si exige a busca de informações confiáveis. A Covid levou o assunto saúde para a mesa do boteco e, também, por isso comunicação e saúde são prestações de serviço público. Ainda tem mais esforço pela frente e um legado decisivo de que o que afeta o outro já está afetando a todos".

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A professora de Jornalismo e pesquisadora da UFPB Sandra Raquew também participou da mesa redonda e ressaltou a importância de pensar em comunicação comunitária e nas práticas pedagógicas em saúde. "A velocidade das informações demanda uma responsabilidade social. As pessoas têm uma ansiedade de informação e também de compartilhar o que recebem. Elas se sentem mais participativas por causa da onipresença do celular e é, também por este motivo, que é necessário tomar cuidado com a desinformação. A comunicação está, sobretudo, no centro da tomada de decisão e trouxe uma série de aprendizados diante da crise".